segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sou ateu, tornei-me um

Crer em um deus monoteísta é ser uma espécie de ateu de todos os outros deuses. Ao longo do tempo histórico diferentes populações creram em um verdadeiro desfile de muitos deuses. Mesmo no tocante ao monoteísmo, o simples fato de crer em um deus monoteísta específico, significa não crer em outros deuses monoteístas, pois é impossível que todas as religiões monoteístas se refiram ao mesmo deus. Eu, sendo ateu, aproveito para parafrasear alguém que já li, e posso dizer que somente acabei por dar apenas mais um passo à frente, e entendi que nem este deus, como qualquer outra deidade, é necessária para o que aqui existe. 

Esta postura não nasceu pronta em mim, e nem é fruto de alguma frustração, cabendo dizer que me tornei ateu por observação, por estudo, e por racionalização. Eu não estou ateu, o meu ateísmo é uma decorrência natural de meu amor pela vida, pelo social, pela realidade, pelo natural, e pelos conceitos materialistas que me motivam.


Não sou bicho papão por isto, sou sim, bicho homem, lutando para construir minha humanidade, nascente do homo sapiens que sou, próximo de uma desesperança que me faz mais ainda amar o vivo, o real, e não apenas os fenômenos, mas muito o mundo e o submundo reais, incluindo as engrenagens e os mecanismos que movimentam o universo, e que em geral ocorrem no subsolo da vã realidade superficial dos fenômenos, por isto amo de paixão a ciência, não somente a experimental, mas a ciência séria teórica, e todo o seu suporte, incluindo a matemática, que entendo ser a maior construção de nosso intelecto.

A ciência nada cria, ela estuda, modela, apreende, e aprende o que aqui já está, a ciência é conhecimento, puro e simples entendimento do que já existe, a matemática, esta sim, é criação. Sobre as pseudociências, rejeito-as, mas prefiro manter uma postura mais discreta visando não ofender ou melindrar irmãos. O que eu posso dizer é que mesmo para crer é necessário um anteparo crítico e racional que de sustentação a crença, evitando assim cairmos na tentação de entrarmos por caminhos que podem nos encantar, mas que são pura falácia científica, são engôdos científicos, e são ilusões científicas.

O estudo, a observação, a racionalização e o livre pensar foram o caminho que me levou de crente cristão teísta, ao deísmo, deste ao agnosticismo (por fraqueza de já não ter assumido meu ateísmo), e finalmente chegando ao meu sincero, coerente e verdadeiro materialismo e ateísmo. Nunca fui panteísta, por mais que alguns assim me qualificassem, se deus fosse a própria natureza, mais um motivo para dele não precisar, eu já tenho a bela, maravilhosa e exuberante natureza aqui bem perto de mim.


#sendoateu
#sendoateupensandolivre

Nenhum comentário:

Postar um comentário